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domingo, 17 de junho de 2012

Santarém - Se condenado, Dolzanes poderia pegar até 30 anos de prisão, mas jurados entenderam que não havia provas suficientes para condená-lo. 

Os jurados não acataram a tese do Ministério Público de homicídio duplamente qualificado e, por maioria de votos, absolveu o advogado criminalista Wilton Dolzanes, acusado de ser o mandante do assassinato de seu colega, também advogado criminalista, Walter Cardoso, em 1996. Os jurados entenderam que não havia provas suficientes para condenar o acusado.


A sessão do Tribunal do Júri da 10º Vara Penal da Comarca de Santarém encerrou na tarde deste sábado, 16, sendo presidida pelo juíz Gerson Marra Gomes. No segundo dia do julgamento do advogado Wilton Dolzanis, cinco testemunhas de Defesa que não puderam ser ouvidas no 1º dia do julgamento, deram seu depoimento. A sexta foi dispensada pelos advogados. Depuseram o delegado Jamil Casseb, o escrivão de polícia Hitamar Santos, o ex-deputado Wilmar Freire, o advogado Wilson Lisboa e o jornalista Jefferson Miranda, editor do jornal O Impacto.


Mas o depoimento mais esperado era o do réu, advogado Wilton Dolzanis. Ligeiramente abatido por conta de sua doença (diabetes e hipertensão), o criminalista iniciou seu depoimento ao juiz Gerson Marra Gomes por quase duas horas, afirmando que foi "vítima de uma trama" que teria sido arquitetada na cadeia pelo então acadêmico de direito e contabilista Raimundo Messias de Sousa, o já falecido "Dinho", condenado por ter sido apontado como o contratante dos pistoleiros "Gavião" e "Pernambuco", que mataram o advogado Walter Cardoso, em 1996.


Dolzanis relatou inicialmente como conheceu Walter e como o ajudou no início de carreira e refutou as acusações de que passou a ter animosidade com aquele por ter perdido para neófito um de seus maiores clientes, o ex-prefeito Wirland Freire. "Sempre ajudei jovens advogados no início de carreira. Quem me conhece sabe como sempre tento ajudar as pessoas", disse o advogado. O próprio Dinho também atuou em seu escritório. "Mas eu temia Dinho desde o início", disse Dolzanis sobre seu ex-estagiário.


Segundo ele, tudo teria começado porque Wirland da Luz Machado Freire, o "Inho", havia perdido a confiança em seu escritório de advocacia, por conta de um problema com outro estagiário de seu escritório, Paulo Corrêa, que era casado com a promotora de Justiça Elaine Nuayed e que este acreditava atrapalhar seu processo na Justiça. Como estava preso, Inho pediu a Walter para defendê-lo, e ao conseguir uma liberdade provisória tornou-se amigo do advogado.


Perseguição: Dolzanis afiançou que quando Walter foi morto, Inho acabou voltando pra cadeia por outro incidente e passou a ser manipulado por Dinho, à esta altura também preso e já acusado do crime contra o advogado. Segundo o réu, Dinho e seu advogado, Jorge Tangerino, arquitetaram a história que envolvia Dolzanis e fizeram com que Inho o implicasse no crime. "Na lei da cadeia, os presos ajudam outros presos", disse Dolzanis.


Em certo momento do depoimento, o advogado passou a contar sobre seu trabalho social, seus hábitos na comunidade, seus mais de seiscentos alunos e o momento trágico que vive, por ter sido acusado por bandidos. "Eu confiei na Justiça e fui omisso em minha defesa, não contando detalhes sobre esta trama aos juízes da época", reconheceu Dolzanis ao responder perguntas do promotor Cláudio Cunha.


Antes disso, teve uma crise choro quando relatava que "sempre defendi meliantes, mas não sentava na mesa de bar com eles", de forma a indicar que não compactuava com os erros de seus clientes. mas diante de perguntas mais incisivas do promotor, Dolzanis anunciou que usaria de seu direito constitucional de permanecer calado e se recusou a continuar respondendo às perguntas do Ministério Público.


Sobre Paulo "Marabá", outro ex-preso que foi seu cliente e o teria acusado de contratá-lo para matar Walter, mas não ter aceitado, disse que era tudo mentira e que Paulo apenas queria se vingar de Dolzanis porque este apoiou um primo seu (de Dolzanis) que foi roubado pelo ex-detento.


Dolzanis afirmou que recebeu ameaças e que também poderia ter sido morto, desde a época dos fatos. E que apesar de ter tido animosidades com Walter Cardoso, inclusive tendo-o empurrado em certa ocasião tendo este caído ao chão e se lesionado, negou peremptoriamente que tivesse mandado matá- lo. "O autor do crime e de toda trama em que fui envolvido foi Dinho, o Raimundo Messias de Sousa", finalizou o réu.


Fonte: Blog do Jota Ninos + Junior ribeiro

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