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quinta-feira, 21 de abril de 2011


MUNDURUKUS DA PRAIA DO INDIO: ELES AINDA RESISTEM EM MANTER SUA CULTURA E TRADIÇÃO.

artesanato ainda continua vivo entre os Mundurukus da Praia do Indio


19 de abril, dia do Índio nossos primeiros habitantes, que aqui já viviam bem antes da chegada dos Portugueses. Isso quase todo mundo aprendeu nos primeiros passos na escola.Mas no livro  Guia politicamente Incorreto da história do Brasil de Leandro Narloch(editora Leya), o autor desmistifica a idéia preconcebida que quem trouxe desgraças foram apenas os portugueses.

Em 1500,quando os portugueses apareceram na praia a nação tupi se espalhava de São Paulo ao Nordeste e a Amazônia,divididas em diversas tribos. Os anos se passaram já não se ouve mais falar em índios canibais  o que mudou para a realidade sócia cultural em todo o Brasil?

Em Itaituba e Jacareacanga eles são a principal etnia, os índios  Mundurucus  antes conhecidos como temíveis cortadores de cabeça, guerreiros indomáveis que eram respeitados nas várias guerras travadas com outras etnias hoje guerreiam contra o preconceito e outras barreiras ainda serem superadas.

Pero Vaz de caminha uma espécie de “(Repórter daquela  época) em sua carta relata que dois índios foram recebidos com festa e alegria no navio principal e a imagem mais lembrada do descobrimento do Brasil é aquela dos portugueses na Praia com as caravelas ao fundo. Mas aqui os índios ainda se pintam, não para guerras, mas para  festas e ainda em busca de suas origens.

As índias jovens e adolescentes buscam preservar suas tradições culturais
Antropólogos e cientistas sociais repetem feito um mantra a necessidade de valorizar e cultivar a cultura e costumes dos indígenas. A história oficial afirma que os portugueses deram quinquilharias aos índios em troca pau Brasil e animais exóticos. Mas nossos índios de hoje não querem mais apitos nem bugigangas querem reconhecimento, dignidade, querem respeito que nem sempre há por parte dos chamados brancos.

Próximo a Itaituba a Aldeia Praia do Índio que conta com 25 famílias, sendo 6 de brancos, um grande esforço vem sendo feito para evitar que jovens e adolescente não sejam contaminados pelas bebidas alcoólicas vendidas por vários bares que ficam as proximidades da aldeia.
curumins Mundurukus, pintados no dia do indio

Mas além da preocupação em evitar esse contato muito direto com famílias de não índios, uma escola indígena existe para preservar o dialeto dos Mundurucus onde as aulas são todas ministradas na língua deles 
com professores indígenas.

Apesar da presença da modernidade no meio da aldeia os mais velhos se preocupam em preservar costumes e tradições aos mais jovens,.  E isso foi demonstrado nos dia s dias de programação aluysivo ao dia do índio comemorados dois dias antes da data  oficial. (16 e 17 de abril) em Itaituba
.
Ao invés das prateleiras de supermercados, para comemorar seu dia,  os guerreiros Mundurucus trouxeram o alimento da floresta onde em três dias de caçada na reserva indígena Sawré Muybu(onde se pronuncia Mãe bu) mataram veados e três porcões do mato(Dadje no dialeto Munduruku), carne suficiente para fazer a festa deles, uma festa  só deles...

Assim como a carne obtida na tradição guerreira, os Mundurkus  também pescaram  muitos peixes onde para enriquecer a vasta culinária indígena comeram peixe na palha de banana(ou a famosa moqueca de peixe). E para beber mais um ritual é revivido onde as mulheres longe dos olhares curiosos dos homens se encarregam de preparar o caxiri, uma bebida fermentada indígena. Mas um toque de tradição ainda foi dado também com o beiiu preparado com Castanha  do Pará. 

E quanto a forma de governo nas decisões internas da aldeia? A tradição ainda sobrevive onde os índios mais antigos forma um conselho indígena onde debatem todas as questões ali surgidas onde no final dão seu veredito numa espécie de sentença democrática onde todos tem vez e voz. Inclusive por ocasião dessa reportagem do Impacto os Conselheiros estavam pondo em pauta a decisão de retirada de 6 famílias de brancos(índia casado com branco e branco casado com índia) de dentro da aldeia, em mais uma medida para evitar que a aldeia possa perder suas raízes ancestrais nos hábitos e costumes.

Sobre o quesito saúde a agente de Saúde Edilene dos Santos assegura que está sendo feito um bom trabalho com atenção especial na questão da  não entrada  bebidas alcoólicas  na aldeia tendo em vista que a mesma       fica muito próxima da cidade e já houve episódio  de envolvimento dos índios(a maioria jovens e adolescentes)  com bebidas alcoólica principalmente Cachaça.

A aldeia da praia  atualmente conta com 127 habitantes indígenas sendo que a grande maioria da população é do sexo masculino. Mas a agente de saúde que também é da etnia  Mundurku  apesar da influência dos  costumes dos brancos,garante que  a aldeia está se voltando para suas tradições sendo fundamental  o funcionamento dentro da aldeia, da escola indígena Inácio Painhum  Ba Muybu que funciona  
pela manhã e tarde com aulas bilíngüe na língua materna.

Quanto às jovens adolescentes  da aldeia elas ainda cantam ainda se pintam com tinta de genipapo realçando uma beleza natural, jogam bola, mas no fundo querem continuar  belas, mas  indígenas como símbolo de uma raça cuja trajetória resgata a memória e história dos seus ancestrais. E para finalizar essa reportagem especial relembro uma  frase para ser refletida pelo nobre leitor(a) 

”Quando o português debaixo de chuva, bruta chuva vestiu o índio. Que pena! Fosse uma manhã de sol o índio tinha despido o português”. Osvaldo de Andrade- Escritor Brasileiro, da semana de arte moderna.

tradicional  pintura com tinta de jenipapo ainda é cultivada entre os Mundurukus
Tribuna

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