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quarta-feira, 13 de março de 2013



O Pará ocupa o terceiro Estado brasileiro onde mais se mata com arma de fogo, de acordo com o Mapa da Violência 2013, que apontou o crescimento em 346% de óbitos por arma de fogo, no Brasil. O estudo também apontou que 96,1% dos homicídios, em 2010, foram praticados com armas de disparos. Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, e Marabá, no sul do Estado, ocupam respectivamente o 7º e 9º lugar no ranking de municípios brasileiros onde mais se registram mortes por armas de fogo. Números estarrecedores que, mais uma vez, colocam o Pará no topo da violência. Os jovens e os negros continuam sendo as maiores vítimas desta realidade.

A pesquisa, feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais, divulgada na última quarta-feira, 6, indicou também que de 1980 a 2010, exatos 799.226 brasileiros morreram vítimas de armas de fogo. Entre as características dessas mortes estão os homicídios, acidentes, suicídios e causas indeterminadas. Os números impressionam pelo fato do saldo liquido da mortalidade por armas ser quase seis vezes maior que o do crescimento da população neste período. Em 1980, o número de mortes por armas de fogo foi de 8,710. Em 2010, este índice é de 38.892 – um salto de 346,5%. Ao longo desse período a população brasileira aumentou em 60,3%, segundo o estudo.

Atualmente, a cada 100 mil brasileiros, 44,2 são vítimas fatais de arma de fogo.

Entre a população jovem, com idade entre 15 a 29 anos, o aumento do número de mortes por arma de fogo é ainda mais preocupante, uma vez que subiu 414% de 1980 para o ano de 2010. Em números mais específicos, em 2010, 22.694 jovens brasileiros morreram vítima de arma de fogo, enquanto que no ano de 1980, este número foi de 4.415.

A taxa de crescimento do número de homicídios também é superior entre os jovens, chega a atingir 502,8%. Os suicídios com armas de fogo cresceram 46,8% e as mortes por acidentes com armas caíram 8,8%.

Belém ocupa o 8º lugar em número de mortes

Na Região Norte do Brasil, o aumento do número de mortes por armas de fogo deu um salto de 195,5%, indo de 1.357, em 2000, para 4.006, em 2010. O Pará é o Estado que ocupa o primeiro lugar nesta lista de crescimento, seguido dos Estados do Amazonas e Rondônia.

No Pará, o crescimento de mortes por armas de fogo é quase cinco vezes maior que a média regional, o que faz o Estado a puxar a lista de crescimento de óbitos. Em 2000, 526 paraenses vítimas de arma de fogo, em 2010 este número foi de 2.622. Ou seja, são 34,6 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.

Em 2000, o Estado era o 24º em registro de mortes por arma de fogo – um dos últimos no Brasil. Dez anos mais tarde, em 2010, passa a ocupar o terceiro lugar no ranking, fica atrás apenas de Alagoas e Espírito Santo. Do total de 2.520 mortes por armas de fogo, 96,1% foram homicídios. 

BELÉM

Em nível de capitais brasileiras, Belém ocupa o 8º lugar no ranking das que mais registram mortes por armas de fogo. Em 2010, foram 634 óbitos contra 201 registrados em 2000. Para cada 100 mil belenenses há 45,5 mortes por arma de fogo.

16 municípios paraenses na lista

O Mapa da Violência 2013 também apresentou a lista dos 100 municípios brasileiros, com mais de 20 mil habitantes, onde mais se registram mortes por arma de fogo. Neste ranking aparecem 16 municípios paraenses, liderados por Ananindeua que aparece em 7º lugar, tendo registrado 620 mortes por arma de fogo, em 2010. Marabá, aparece em 9º, com 187 óbitos por arma de fogo.

Na sequência temos Goianésia (18º), Ourilândia do Norte (22º), Marituba (26º), Tailândia (28º), Novo Progresso (32º), Tucumã (33º), Rondon do Pará (47º), Tucuruí (52º), Redenção (54º), Itupiranga (64º), Castanhal (69º), Jacundá (73º), Pacajá (75º) e Novo Repartimento (79º).

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) não comentou os números do Mapa da Violência 2013, mas destacou que o número de apreensões de armas de fogo tem diminuído ao longo dos últimos anos. No ano passado, pelo menos 1.565 armas foram apreendidas. Enquanto que no ano anterior, este número é de 2.581 apreensões – uma diferença de 39,36%.

PORTE DE ARMAS

De acordo com a Polícia Federal, a movimentação de caminhões e carros de passeio próximo as fronteiras tem facilitado a entrada de armas no Brasil. Contudo, a região amazônica não possui histórico de tráfico de arma de fogo. Somente no ano passado, a PF concedeu seis portes de armas, documento autoriza o portador a conduzir uma arma de fogo pelas ruas, exceto em locais de aglomeração como shows, escolas, igrejas e bancos.

Também foram concedidos 157 registros de arma de fogo para pessoas físicas, 428 para empresas de segurança e 164 renovações de registros de arma de fogo também para pessoas físicas. - Foram registradas 154 ocorrências de furto e/ou roubo de arma de fogo.

(Diário do Pará)

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