No tarde de sexta feira, (22), foram transferidos para Belém, em um avião do governo do Estado, os dois principais acusados pelo esquema de tráfico de pessoas na região do Xingu, sudoeste do Pará.
Adão Rodrigues, 51, conhecido como Gaúcho, e Solide Fátima Triques, 38, foram presos em Altamira, na última quinta-feira (21), após um mandado de prisão decretado pela Justiça. O casal, que é proprietário de uma boate, localizada há 10 quilômetros de um dos canteiros de obras da Usina Hidroelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu, foi autuado após denúncia de uma adolescente de 14 anos que revelou um esquema de exploração e cárcere privado que seria comandado pelos dois.
Durante o desembarque, no Aeroporto Internacional Val-de-Cans, o casal negou as acusações da polícia e afirmou que não sabia que havia uma adolescente na boate Xingu. De acordo com Adão, a garota havia se apresentado como maior de idade e dizia ter 25 anos. “Se a gente soubesse que ela era adolescente a gente não tinha contratado ela. Nenhuma mulher na boate estava lá por obrigação, pelo contrário. Todas estavam lá por livre e espontânea vontade”, declarou Gaúcho.
Solide confirmou a versão do empresário e disse que nenhuma mulher era mantida em cárcere privado na casa de prostituição. “Se elas quisessem sair de lá elas saiam. A gente não prendia ninguém. Essa história de tráfico humano é tudo invenção dessa menor, que inclusive enganou a gente, pois como foi falado nem eu nem ele (Gaúcho) sabíamos que a garota era ‘de menor’”, revelou a mulher.
Segundo a delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Cristiane Lobato, o casal já tinha sido preso no estado de Rondônia, no ano de 2011, pelo mesmo crime. “Essa não é a primeira vez que os dois se envolvem em um esquema de exploração e cárcere privado. Em Rondônia, eles também possuíam uma casa de prostituição às proximidades dos canteiros de obras de uma hidrelétrica. Por isso acreditamos que os dois podem estar ligados a uma rede bem maior de tráfico de seres humanos. Pois, geralmente nesses casos, há várias pessoas envolvidas no crime, desde aliciadores até exploradores sexuais”, afirmou a delegada.
Sob o escolta policial, o casal foi encaminhado para o Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC) e Centro de Reeducação Feminino (CRF), onde deve ficar a disposição da Justiça. O caso continua sendo investigado pela Superintendência Regional do Xingu, em Altamira. De acordo com o delegado Cristiano Nascimento, titular da Superintendência, do total de pessoas resgatadas da boate, onze já retornaram aos Estados de origem. As demais preferiram permanecer em Altamira.
Fonte: (Diário do Pará)
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