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quarta-feira, 21 de setembro de 2011



Ex-presidiário recebeu R$ 1 mil pelo crime, mas desistiu e fez simulação.
Polícia diz que mandante declarou que motivo da encomenda foi ciúme.
Lílian MarquesDo G1 BA
A Polícia Civil afirma que a suspeita de ser a mandante do crime que acabou sendo forjado na cidade de Pindobaçu, no norte da Bahia, disse em depoimento que encomendou o assassinato por causa de ciúmes. A versão apresentada no inquérito foi relatada pelo delegado Marconi Lima, que investiga o caso.
A vítima, Eronildes 'Lupita' confirma a versão apresentada pela suspeita no depoimento. "Ela tinha ciúme de mim com o meu companheiro e chegou a fazer a proposta [do crime] para vários rapazes, alguns vieram me comunicar. Ela queria ficar com ele [o marido]", conta Eronildes.
Segundo o delegado, há algum tempo a suspeita teve um relacionamento com o atual marido de Eronildes e por isso tinha ciúme da relação dos dois. De acordo com Lima, o marido ainda não foi ouvido pela polícia, mas deve prestar depoimento nos próximos dias.
O caso ocorreu em 24 de junho.  O delegado afirma que um ex-presidiário procurou a suposta vítima para matá-la. Ele teria recebido a proposta de cometer o crime em troca de R$ 1 mil. Ao encontrar o alvo, o homem descobriu que conhecia a vítima e desistiu de matá-la.
Eronildes afirma que aceitou participar da simulação e que recebeu parte do pagamento. "Ele me contou o caso e teve a ideia de simular. Rasguei minha camisola, botei a faca aqui do lado [do braço], ele me amarrou e jogou ketchup em mim. Ele tirou a foto e levou para ela [a mandante do crime]”, lembra. Eronildes diz que, após receber o dinheiro pelo suposto assassinato, o homem lhe deu R$ 240. "Até debochei dele assim: que vida pouca, só R$ 240!", completa.
O caso foi descoberto após a mandante do crime encontrar Eronildes em uma festa na cidade. De acordo com o delegado, a mandante do crime foi à polícia e registrou queixa de assalto, suspostamente cometido pelo homem que foi pago para realizar a ação. Quando a polícia foi apurar o caso desconfiou da versão contada pela mandante e descobriu o esquema. O ex-presidiário que simulou o crime junto com Eronildes chegou a ser preso pela denúncia de assalto, mas a mulher suspostamente morta foi a delegacia e mostrou fotos da simulação de assasinato dela feita pelos dois e ele foi liberado.
O delegado que investiga o caso explicou que ninguém está preso porque não houve flagrante, mas os três envolvidos respondem a processos na Justiça. "A mandante está respondendo por ter encomendado o crime, já o homem responde por extorsão e a mulher que seria a vítima responde por coparticipação na trama", esclarece Marconi Lima.

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