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quarta-feira, 21 de agosto de 2013



“Nunca é tarde demais para consertar os seus erros”. Foi esse pensamento que permaneceu na cabeça de Chaneya Kelly por muito tempo. Há 16 anos, ela denunciou à polícia que seu pai a estuprava. Condenado, ele está preso até hoje.
Porém, na última segunda-feira (19), a jovem decidiu contar a verdade sobre o caso: ela mentiu sobre o estupro, quando tinha apenas nove anos, a pedido da própria mãe.
A mãe de Chaneya, que era viciada em drogas e se prostituía ocasionalmente em troca de dinheiro para sustentar seu vício, chamou a menina para ter uma conversa séria em outubro de 1997.
“Ela repetidamente me perguntava se meu pai havia tocado em mim”, lembrou a jovem, hoje com 24 anos.
— Eu não entendia e perguntava: "o que você quer dizer com se ele me toca?" Ela então dizia: “ele te toca nas suas partes [íntimas]”. E eu respondia repetidamente que não.
Segundo informações divulgadas pelo jornal americano Daily News, como a mãe não conseguia a resposta que queria, ela ameaçou a menina dizendo: se você não me responder com o que eu quero ouvir eu vou bater em você.
Chaneya finalmente cedeu à pressão e denunciou o pai à polícia, contando com detalhes como havia sido o estupro. A polícia então deteve Daryl Kelly, que era um veterano da marinha americana e estava tentando deixar o vício em drogas na época.
Ele foi interrogado e negou, horrorizado, ter abusado da filha. Daryl também disse que acreditava que a culpa de toda aquela confusão era de sua mulher.
— Minha mulher é viciada em drogas e álcool. Talvez ela tenha armado isso de propósito.
Apesar da falta de evidências que comprovassem o abuso sexual, um júri levou em consideração o testemunho da menina e da mãe e condenou Daryl a uma pena de 20 a 40 anos de prisão, além de proibí-lo de ter qualquer contato com a família.
Anos depois, Chaneya admitiu ter mentido a pedido a mãe em um vídeo gravado por sua avó. Na mesma época, a própria mãe de Chaneya, após se livrar do vício das drogas, também declarou que havia obrigado a filha a mentir.
“Eu não tenho ideia, eu realmente não sei por que a fiz mentir”, disse a mãe.
No entanto, o novo testemunho das duas não foi suficiente para o juiz rever o caso. Eles alegaram que as declarações pareciam “forçadas".
Desde os 16 anos, Chaneya recebeu permissão para visitar o pai na prisão. Segundo a jovem, eles tiveram a oportunidade de reconstruir a relação familiar. Além disso, ele a desculpou por tudo.
— A primeira coisa que meu pai fez foi me dizer que me amava e que não me culpava pelo que havia acontecido.
Agora, após 16 anos de prisão, autoridades norte-americanas declararam que o caso de Daryl será revisto.

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